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Frutos do Cerrado - Ricos em nutrientes e sabor

terça-feira, 16 de junho de 2020 - Gastronomia

O Brasil pode ser considerado um dos países com a maior biodiversidade do planeta por conta de suas diferentes espécies de plantas e animais e dos seus diferentes ecossistemas. Segundo Maria Fernanda Diniz Avidos e Lucas Tadeu Ferreira, a região dos cerrados está presente em 25% do território nacional e por conta da preservação, os frutos do Cerrado são um dos destaques.

Segundo informações da publicação "Cerrado que te quero vivo!", publicado pelo Programa de Pequenos Projetos Ecossociais em 2010, o Cerrado brasileiro possui mais de 15 mil espécies de plantas e 1.570 espécies de animais catalogados.

Deliciosos e nutritivos, os frutos do cerrado estão cada vez mais sendo incorporados na alimentação do brasileiro. Eles são consumidos em sua forma natural e de diferentes maneiras, como sucos, licores, sorvetes, geleias, mingaus, bolos, entre outros aperitivos. São frutas ricas em proteínas, fibras, energia, vitaminas, minerais e ácidos graxos.

Pequi - O fruto cuja polpa tem coloração amarelo intensa é envolto por um caroço duro com grande quantidade de pequenos espinhos. O fruto pode ser encontrado em toda a região Centro-Oeste, norte e oeste de Minas Gerais, leste de Rondônia, sudoeste do Pará, sul do Tocantins e Maranhão, sul do Piauí, oeste da Bahia, sul do Ceará e cerrados de São Paulo e Paraná. O período de frutificação acontece de novembro a fevereiro.

Ao consumir o fruto, é preciso ter cuidado por conta dos espinhos que podem ferir. O fruto pode ser utilizado na fabricação de óelo e licor. O pequi pode ser consumido cozino ou puro , e, geralmente, é cozinhado com o arroz e frango. O fruto é rico em ácido oléico e betacaroteno, é importante fonte de fibra alimentar e portanto, apresenta elevada capacidade antioxidante.

Baru - 

O baru é uma castanha da região do cerrado, cujo gosto da amêndoa lembra bastante o do amendoim. O fruto apresenta teores médios de proteína, importante fonte de ácidos graxos, como o Ômega 9 e Ômega 6, uma castanha rica em gorduras insaturadas, importantes para a saúde humana. O período de frutificação acontece de agosto a outubro.

Baru. Foto: Divulgação.

As amêndoas do Baru também são importantes fontes dos seguintes minerais: fósforo, magnésio e ferro. As amêndoas podem ser torradas e consumidas assim ou utilizadas em outras preparações, como pé-de-moleque, rapadura e paçoca.

Araticum -

 O fruto do cerrado é bastante conhecido e consumido pelas populações nativas da região. Descrição do fruto feita pela nutricionista Laila Rios Biancardini: "fruta de coloração verde-escura, textura rugosa e escamosa oferece uma polpa  cremosa de odor e sabor bem fortes e característicos. O fruto com até 15 cm de diâmetro e peso varia de 0,5 a 4,5 kg, com formato oval a arredondado".

Araticum. Foto: Divulgação.

A polpa da fruta pode ser consumida ao natural ou em batidas, bolos, biscoitos e bolachas, picolés, sorvetes, geleias e em diversos doces. O período de frutificação acontece de fevereiro a março. O fruto possui fatores antioxidantes e junto com o pequi podem ser aliados na prevenção de doenças degenerativas. Na região das Chapadas dos Veadeiros, em Goiás, o fruto é utilizado como  regulador de menstruação, para reumatismo, feridas, úlceras, câncer de pele, fraqueza no sistema digestório, cólicas e contra diarreia.

Mangaba - 

O fruto é típico do Cerrado, Cerradão e áreas de Caatinga. A polpa da mangaba é bastante vendida junto com a cajá e graviola, e é bastante apreciada nos sucos, sorvetes e diferentes doces.

Mangaba. Foto: Divulgação.

Com um sabor adocicado e saboroso, os frutos podem ser amarelados ou esverdeados, conter pigmentação vermelha ou não, com a polpa amarela adocicada, rica em vitaminas, como a Vitamina C, ferro, fósforo, cálcio e proteínas.

Cagaita -

 Originária do cerrado brasileiro, a árvore da Cagaita produz um fruto redondo, ligeiramente achatado, suculento e de sabor ácido. A fruta pode ser consumida ao natural ou em sucos, geleias, refrescos, sorvetes, doces, licores  e outros.

Cagaita. Foto: Divulgação.

Com baixo valor calórico e pouca quantidade de macronutrientes (proteínas, carboidratos e lipídeos), a fruta é rica em fibras, sódio, cálcio, fósforo e vitaminas A e C. O período de safra é de setembro a outubro, época onde é mais fácil encontrar a fruta e o valor comercial é reduzido.

Buriti -

 O Buriti é um fruto elipsóide, castanho-avermelhado, revisto por escamas brilhantes. Sua polpa é amarela e sua amêndoa é comestível. O fruto é encontrado nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil.

Buriti. Foto: Silvestre Silva.

É possível utilizar a polpa do Buriti para diferentes preparações. O fruto tem alto valor nutritivo, e alta concentração de vitamina A. O beta caroteno presente no óleo extraído do Buriti possui uma concentração 10 vezes maior que a do óleo de Dendê.

Gabiroba ou Guavira - 

Fruto encontrado nas regiões do Cerrado, Cerradão e Campo Sujo. O nome do fruto teve origem na língua tupi-guarani e significa "casca amarga". A fruta pode ser consumida ao natural ou utilizado para fazer doces, sucos, picolés, sorvetes e licores.

Guavira / Gabiroba. Foto: Divulgação

Segundo o site Nutrição em Foco, rica em vitamina C, os frutos e folhas da Guavira são bastante utilizados no combate à gripe, enquanto a casca é utilizada no tratamento de diarreias, cãibras e doenças do sistema urinário.

Jatobá-do-Cerrado -

 A polpa dos frutos de jatobá são amarelo-pálidas, farináceias, adocicadas, comestíveis e de sabor e aroma característicos. A polpa do Jatobá pode ser consumida ao natural ou sob a forma de mingau, no preparo de bolos, pães e biscoitos, geleia e licor.

Jatobá. Foto: Divulgação.

Bastante utilizada na culinária regional, a farinha do Jatobá-do-cerrado possui elevado conteúdo de fibra alimentar, e portanto o seu consumo pode fazer bem para o organismo e para a prevenção de doenças crônicas.

Macaúba ou Bocaiúva - 

A macaúba é uma palmeira abundante no Cerrado brasileiro. Os frutos são comestíveis e podem ser consumidos em natura ou utilizados para a produção de doces, paçocas, geleias e cocadas. A polpa é rica em lípidios totais, carboidratos e fibra. A fruta é rica em cálcio e potássio.

Macaúba / Bocaiúva. Foto: Divulgação.

O óleo extraído da Macaúba também tem se destacado, podendo este ser utilizado na composição de biodiesel, produção de sabão e margarina, além de possuir propriedades medicinas, como analgésico.

Guapeva -

 A fruta do Cerrado é difícil de ser encontrada por conta da devastação cada vez maior do meio ambiente para a plantação de monoculturas, como a cana-de-açúcar, plantações de soja e pastor para a criação de gado de corte. Os frutos maduros de guapeva possuem coloração amarela e são coletados de outubro a março. Apresenta polpa esbranquiçada que pode ser utilizada em bebidas doces e geleias.

Guapeva. Foto: Rafael José.

Segundo um estudo realizado pela Unicamp, com alto poder antioxidante, a Guapeva pode ser utilizada para o combate de doenças crônico-degenerativas, como câncer e diabetes.

*Com informações do site Nutrição em Foco e da cartilha "Cerrado que te quero vivo!".

Comentários

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